ARTIGOS - MOTIVAÇÃO PARA ESTUDAR

ARTIGOS -  MOTIVAÇÃO PARA ESTUDAR

ARTIGO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO JOVEM.

Há alguns anos, a educação escolar justificava-se pela conquista de uma vaga no mercado de trabalho. Na atualidade, essa ideia vem sendo questionada. A escola tem buscado preparar o jovem para além do mercado de trabalho. Assim, estudar continua sendo essencial para a qualificação da vida cotidiana de todas as pessoas.

Estudar é lidar, fundamentalmente, com a abstração e com a palavra escrita. Ingressar na escola é aprender que as letras, numa dança peculiar, constroem palavras. As palavras, não apenas pelo som, mas pela entonação da voz e pelos gestos de quem as emite, permitem a leitura de um significado específico. Cada arranjo de grupos de palavras leva à criação de mensagens frasais para analisar limitações e possibilidades nas simples ações do dia a dia.

A linguagem escrita é uma das características das formas superiores de pensamento porque é instrumento de sistematização e categorização. No decorrer das vivências, a relevância da escola reside não apenas nos múltiplos aprenderes do ambiente coletivo, mas também na criação de condições para utilização do pensamento como instrumento de planejamento e não apenas de memória. É um pensar que prima pelo prospectivo e não apenas pelo retrospectivo.

Motivação do estudante

Sendo a educação escolar pretensamente honesta e bem intencionada, no sentido de auxiliar o sujeito em sua constituição integral, a interrogação ou reflexão que podemos fazer se refere ao envolvimento dos estudantes nessa proposta: há motivação dos alunos para estudar? Têm resistência à escola? Por quê?

Inicialmente, é importante reconhecer a inquietude, contestação/contrariedade e insubordinação que sabemos serem expressões comuns nos jovens estudantes, e que foram motivo de registros históricos há muitos séculos.

Nesse sentido, gestores e professores podem autoconvocar-se à reflexão: o mundo atual globalizado, capitalista, neoliberal, com sua superficialidade, rapidez e consumismo, não serve como argumento principal para justificar a apatia ou a contrariedade dos estudantes para com a escola. Paralelamente, essa capacidade de contrariedade interrogativa, especialmente no coletivo da diversidade da sala de aula, pode servir para alimentar os debates, desde que se administre a situação de aprendizagem de modo a canalizar as indagações para o encontro e confronto com conhecimentos e conceitos científicos.

Aos estudantes, uma análise pertinente diz respeito à sua compreensão de papéis, hierarquias, liberdades e responsabilidade, no contexto dos diversos grupos de pessoas e das diferentes instituições. Obviamente, não se vai à festa para rezar, nem à igreja para estudar conceitos científicos. Então, vai-se à escola, que é local de encontro, para evocar aprendizagens de conhecimentos conceituais, para desenvolver habilidades intelectuais, enfim, para construir estruturas de pensamento que permitam viver melhor. Aprender é arbitrário e intencional e não supõe apenas prazer e alegria.

Estudar para viver melhor

Assim como as letras formam as palavras e estas as frases, também é desse modo que se constroem os conceitos. Quanto mais generalizantes, mais complexos, porque abrangem mais elementos que podem ser sinteticamente representados. Estudar é essencial para que as decisões diárias não dependam apenas da experimentação concreta em tentativas com acertos e erros.

Mapas, gráficos, equações e imagens em geral são códigos que na escola são criados e interpretados no percurso da construção dessas capacidades superiores. Nas diferentes áreas do conhecimento, ler e escrever continuam sendo o centro das elaborações do pensamento e consequentemente da qualificação do viver. Assim, podemos dizer que, além da satisfação pessoal que o conhecimento proporciona, uma pessoa que estuda desenvolve mais a capacidade de elaboração do pensamento. Por isso seu cotidiano será mais bem planejado e organizado, até mesmo na criação de estratégias para encontrar trabalho ou sobreviver.

Adriana Maria Andreisprofessora, formada em Geografia, doutoranda em Educação nas Ciências pela Unijuí, RS.

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